terça-feira, agosto 10

ESQUISTOSSOMOSE

ESQUISTOSSOMOSE

AGENTE ETIOLÓGICO: SCHISTOSOMA MANSONI - CLASSE TREMATODA

Local: Sistema porta hepático (veias próximas à parede intestinal).
Os adultos desta espécie habitam as veias intestinais.
Eles são dióicos com dimorfismo sexual, sendo que o macho mede de 6 a 10 mm de comprimento e 0,5 mm de diâmetro.
Existe um sulco ventral que estende-se por quase toda extensão do corpo do macho e neste sulco acomoda-se a fêmea, que é mais longa (15 mm), porém mais fina (figura 1).
Após a postura dos ovos, a fêmea estira-se do sulco do macho ou o abandona.
Os ovos depositados perfuram a parede intestinal, causando sangramento e passam desta maneira para o interior do intestino e daí para o meio externo junto com as fezes.

Figura 1 - Schistosoma mansoni, macho e fêmea durante a cópula.

CICLO DA DOENÇA

Os ovos que saem com as fezes de um homem infectado ao atingirem a água, eclodem em uma larva ciliada chamada miracídeo. Esta penetra num caramujo planorbídeo do gênero Biomphalaria.
No interior do caramujo, o miracídeo sofre reprodução assexuada, originando cerca de 200 esporocistos que vão produzir novas larvas chamadas cercária.
Cada miracídeo pode gerar até 1000 cercárias.
As cercárias abandonam o caramujo e tornam-se livre-natantes. Ao entrar em contato com o homem, elas penetram pela pele, infectando-o.
A cercária é levada pela corrente sangüínea aos pulmões, fígado e finalmente se desenvolve nas formas adultas nas veias intestinais, onde se reproduz, como anteriormente descrito, reiniciando o ciclo (figura 2).

SINTOMAS

Mal-estar, cansaço, febre alta
Emagrecimento
Diarréia, fezes sanguinolentas
Cólicas hepáticas e intestinais
Hepatomegalia (dilatação do fígado)
Ascite (barriga d’água)

PROFILAXIA

Educação sanitária
Saneamento básico (redes de esgotos)
Eliminação do caramujo
Evitar contato com água contaminada


Figura 2 - Ciclo de vida de Schistosoma mansoni
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Esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo.
A transmissão desse parasita se dá pela liberação de seus ovos através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos para se alojar. Se os encontram, porém, dão continuidade ao ciclo e liberam novas larvas que infectam as águas e posteriormente os homens penetrando em sua pele ou mucosas.
A esquistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados brasileiros, principalmente os do Nordeste.
 

SINTOMAS

A doença tem uma fase aguda e outra crônica.
Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e emagrecimento.
Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarréia podem alternar-se com períodos de obstipação (prisão de ventre) e a doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado (hepatomegalia) e cirrose, aumento do baço (esplenomegalia), hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago, e ascite ou barriga d’água, isto é, o abdômen fica dilatado e proeminente porque escapa plasma do sangue.

RECOMENDAÇÕES

·Esteja atento às normas básicas de higiene e saneamento ambiental. Evite contato com a água represada ou de enxurrada que pode estar infestada pelo parasita;
Saiba que os caramujos podem ser combatidos de várias maneiras diferentes: por controle biológico, químico e das condições do meio ambiente. Como seu habitat natural preferido são lugares com pouca água e correnteza, algumas medidas podem ser tomadas como drenar, aterrar ou aumentar a velocidade da água na área em que vivem. O controle biológico pode ser exercido por animais que se alimentam dos caramujos (peixes, patos, etc) e o químico pelo uso de moluscocidas;
Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver que entrar em contato com águas supostamente infectadas;
Cabem às autoridades sanitárias a destruição do habitat das larvas e o trabalho de informar a população. Isso não isenta ninguém da responsabilidade de alertar as pessoas, principalmente as que vivem em áreas presumidamente infectadas.

TRATAMENTO

O tratamento da doença pode ser feito com medicamentos específicos que combatam o Schistossoma mansoni. Uma nova droga quimioterápica, o hicantone, já se mostrou eficaz para curar a doença na grande maioria dos casos.
No entanto, educação sanitária, saneamento básico, controle dos caramujos e informação sobre o modo de transmissão da doença são medidas absolutamente fundamentais para prevenir a doença..



Fonte: drauziovarella.ig.com.br

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